Um homem como um porco
Publicado; 30 de setembro de 2011 Arquivado em: Pensamentos aleatórios, Reminiscências | Tags: brasil, consciência, lixo, memória, mundo, ser humano, tristeza 2 ComentáriosO ônibus parou no ponto da Avenida Vital Brasil, quando olho pela janela, logo alí, ao meu lado e para todo mundo ver – mas parece que quase ninguém vê -, um senhor com aparência de morador de rua enfiava um copo descartável dentro de um saco preto de lixo, retirando para comer sua refeição, o copo cheio de macarrão misturado a outros dejetos. E ele não parou. Com sua barba mal feita, toda suja com o primeito copo com os restos do macarrão, ele enfia novamente a mão lá e volta a colocar o lixo na boca. O LIXO NA BOCA.
Dá vontade de chorar. Não posso fazer nada naquele momento, apenas ver aquele senhor abandonado, um ser humano que certamente tem uma história, que já teve pai e mãe, que tem anseios e medos como todo nós. Já teve um amor? Já foi amado? Já sentiu o carinho de outro ser humano? Quem não foi e quem não teve. Sonhos e esperança? Ele ri de algo? Talvez não mais.
Hoje está na rua como um porco. A diferença é sua consciência de não ser um porco.
A imagem não sairá da minha memória. A pior quase depois de um mês após voltar de três meses de viagem. É difícil, às vezes, não bater uma profunda tristeza e desejar nunca ter tido consciência desse mundo.
Animals — Animais
Publicado; 10 de outubro de 2009 Arquivado em: Art, Arte, Pensamentos aleatórios, Random thoughts | Tags: animais, animals, beleza, human being, jaguar, Nature, Natureza, poesia, ser humano, Walt Whitman Deixe um comentárioI think I could turn and live with animals,
they are so placid and self-contained
I stand and look at them long and long.
They do not sweat and whine about their condition,
They do not lie awake in the dark and weep for their sins,
They do not make me sick discussing their duty to God,
Not one is dissatisfied,
not one is demented with the mania of owning things,
Not one kneels to another,
nor to his kind that lived thousands of years ago,
Not one is respectable or industrious over the whole earth.
—
Creio que poderia transformar-me e viver com os animais,
eles são tão calmos e donos de si.
Detenho-me para contemplá-los sem parar.
Eles não anseiam nem se queixam da própria condição,
Eles não passam a noite em claro, remoendo as suas culpas,
Nem me aborrecem falando de sua obrigações para com Deus,
Nenhum deles se mostra insatisfeito,
nenhum deles se acha dominado pela mania de possuir coisas,
Nenhum deles fica de joelho diante de outro,
nem diante da recordação de outros da mesma espécie que viveram há milhares de anos,
Nenhum deles é respeitável ou desgraçado em todo mundo.
Foto: Adrian Jones
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