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One Comment on “Contato”

  1. ewerton almeida disse:

    UMA HISTÓRIA TRISTE
    “Ton-Legal – Ewerton Almeida”*
    Li com alegria e satisfação através do facebook a seguinte nota: “Confirmado depois de vinte anos, no próximo 21 de outubro, o Porto de Ilhéus volta a exportar cacau: serão 06 (seis) mil toneladas embarcadas pelo navio Achtergracht com destino a Amsterdã, na Holanda”.
    Para exportar o nosso cacau, garanto que as exigências fitossanitárias serão sempre exigidas como a lei manda e se deve obedecer, mas para importar cacau de países africanos o setor das indústrias com o seu poderio e o uso pernicioso do tráfico de influência junto ao governo petista conivente, conseguiu, “Deus sabe como”, uma inaceitável e nefasta Instrução Normativa 47, que permite importar cacau sem a devida e exigida fiscalização fitossanitárias, podendo com essa criminosa, danosa e inadmissível prática, importar também novas doenças e pragas para a região.
    Cadê a Ministra da Agricultura Kátia Abreu? Cadê o Ministro da Indústria e Comércio? Cadê o governo da Bahia? Cadê a Presidente Dilma? Cadê a Federação de Agricultura? Cadê a Confederação Nacional da Agricultura? Cadê a CEPLAC? Onde estão as nossas Instituições Regionais que tanto se beneficiaram dos tempos áureos do cacau? Cadê a AMURC? Cadê as Associações ligadas à cacauicultura? Cadê os Territórios de Identidade? Cadê o nosso Sistema de Comunicação? Cadê a UPB? Cadê as nossas Câmaras de vereadores e nossas Prefeituras? Cadê os nossos Clubes de Serviços? Cadê as nossas Maçonarias? Onde estão nossas Associações Comerciais? Cadê os Clubes de Diretores Lojistas? Cadê a nossa OAB que se sempre se posicionou em tempo pretérito contra as injustiças? Cadê a ABI regional? Cadê os Conselhos Comunitários? Cadê os nossos Sindicatos? Cadê a nossa UESC construída e edificada com recursos substanciais da Lavoura do cacau que hoje em vez de defendê-la, ainda importa professores aloprados e manietados por ideologias outras para ficar querendo mudar a real história da região? Existe sobre toda essa esdrúxula situação que se abate sobre a economia do cacau, um silêncio vergonhoso e sepulcral!
    Tenho a triste impressão que, a maioria, desconhecendo que essa famigerada crise atinge a todos indistintamente, diverte-se ao ver a economia do cacau nessa esdrúxula e perversa situação que gerou 300 mil desempregados diretos, proporcionando consequentemente a que mais de 800 mil pessoas se retirassem da zona rural para as periferias das cidades, num êxodo que não se estanca. Parece que nada está acontecendo! Todo mundo anestesiado e impassível diante desse desastre de proporções que nunca mereceu a atenção das autoridades atuais, muito pelo contrário, atiçam e fomentam o triste “status quo” instalado.
    Não sei por que os governos e autoridades atuais têm tanta raiva da economia do cacau, uma economia que até 1966, representava 60% dos recursos estaduais e que durante 50 anos doou aos governos a significante bagatela de US$ 4,5 bi (quatro bilhões e meio de dólares) através de taxas extras, independente do pagamento de todos os tributos, taxas e impostos incidentes sobre a agricultura de um modo geral, fato único e isolado na história da agricultura nacional e mundial.
    Cabe também perguntar! Cadê os ambientalistas? Nenhuma palavra em defesa da economia do cacau, mesmo sendo o Meio Ambiente um dos mais atingidos com a crise provocada pelo ato humano deliberado através da introdução criminosa da praga vassoura de bruxa e ainda estimulado pelos governos atuais com incentivos e financiamentos a entidades clandestinas para invadir e depredar propriedades privadas produtivas, em completo desrespeito a nossa Carta Magna, pois, assiste-se o Poder Executivo fazer pouco caso do Poder Judiciário e de suas decisões ao não cumprir as ações de reintegração de posse emanadas dos Tribunais. Toda essa prática que fica impune, tem reflexos na situação da nossa rica Mata Atlântica com os seguidos e constantes ataques criminosos que sofre, reflete-se também na situação dos manguezais que vem sendo devastados de modo quase irreversível. O que dizer dos nossos mananciais secando, desaparecendo e fazendo com que os nossos rios dantes volumosos e piscosos, estejam se transformando em riachos, depósitos de esgotos e dejetos outros. Daí a pergunta! Onde estão os defensores do meio ambiente que não se mostram e que não se indignam com o desastre ecológico visível?
    Fico de verdade indignado, revoltado mesmo, diante da frouxidão da região do cacau que não grita, não reclama e ainda critica e faz pouco caso, quando um grupo de cacauicultores que não perdeu a capacidade de se indignar, ser ridicularizados, tratados como malucos e chorões, por ameaçar fechar o Porto do Malhado em Ilhéus ou fazer protestos outros. Às vezes fico pensando sobre essa situação que impuseram a outrora pujante economia do cacau e me resto numa tristeza retada diante da doentia omissão, covardia mesmo, quase generalizada da grande maioria da região que, durante muitos e muitos anos dela se beneficiou quase à exaustão. Sei não, mas, tenho quase a certeza, diante desse quadro real que abordo acima, de que “os ventos da maldição ainda vão por muito tempo continuar soprando cruéis rajadas sobre a nossa indefesa região”!
    *Ewerton Almeida, Tom Legal é ex-presidente do Conselho Nacional dos Produtores de Cacau e ex-deputado estadual.


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