O estado de violência na USP só tende a piorar…
Publicado; 20 de junho de 2009 | Autor: Tom | Arquivado em: Educação | Tags: agressão, barbarie, diálogo, greve, preocupação, sociedade, Universidade de São Paulo, USP, violência | 4 ComentáriosVenho acompanhando o que está ocorrendo na USP através de fóruns de discussão, Twitter, blogs, fotos, vídeos e com profunda tristeza acabo de ler no orkut um relato de violência [veja Fascismo na USP: Relato d uma vitima q não se cala, por Rodrigo PoдpиГo, identificando-se como Rodrigo Souza Neves], que reproduzo abaixo. A violência ocorreu ontem quando um grupo de estudantes organizaram uma manifestação contrária a greve em frente a sede do SINTUSP [veja o post A greve da greve].
Principalmente após ler o relato do Rodrigo e ver um vídeo, também gravado na manifestação de ontem próxima ao meio-dia, tendo a crer que a situação vai piorar se alguma liderança não surgir para tentar acalmar os ânimos. Não temos que achar responsáveis para o que está ocorrendo na USP, temos que por nossa cabeça para funcionar antes que ocorra algo pior do que tudo o que estamos vendo. Aos que se preocupam com a nossa querida Universidade de São Paulo, principalmente aqueles fizeram, fazem e farão parte do dia-a-dia da universidade, não sejam indiferentes a tudo o que está ocorrendo.
Se numa das mais importantes universidades do Brasil estamos tão longe da civilização, onde a solução dos conflitos deveria ocorrer através do diálogo, para onde está caminhando nossa sociedade?
Fascismo na USP: Relato d uma vitima q não se cala [link]
Hoje, 19 de junho de 2009, me tornei mais uma vítima dos métodos autoritários utilizados pelo movimento grevista para silenciar as oposições, calar o debate e reprimir as discordancias.
Fui agredido por em torno de 110 grevistas da USP, estudantes e sindicalistas
Essa história começa com a FlashMob realizada na Praça do Relógio as 18:55.
Alí, junto de outras 350 pessoas estava realizando um protesto pacifico contra a greve.
E ele esteve pacífico, até que pessoas ligadas ao sindicato e/ou a greve, em um ato de completo anacronismo, chamaram a policia para nos dispersar, reproduzindo o mesmo ato que eles anteriormente batizaram como uma violência.
Ao perceber a presença da PM, a qual se encontrava rodeada por grevistas, me desloquei até eles e conversei com o soldado da PM encarregado de averiguar o que estava ocorrendo e expliquei que estávamos fazendo uma manifestação pacífica.
Ao mesmo tempo alguns grevistas mais radicais provocavam os policiais, claramente tentando incitar uma briga.
Nesse meio tempo, um grupo de grevistas, que no momento pareciam ser moderados, veio falar comigo pra dizer que a presença da PM ia causar uma briga e que se nós convencêssemos a PM a se retirar, eles também se dispersariam caso também fizéssemos o mesmo.
Concordei com a representante desse grupo e pedi aos policiais presentes que saíssem, dando a minha garantia pessoal de que não iria ocorrer brigas.
Foi um ato ingênuo da minha parte.
Assim que a PM se retirou e parte dos nossos manifestantes também se retiraram, os grevistas começaram a nos atacar verbalmente e buscaram abertamente nos intimidar, chamando-nos com todo o jargão grevista pré construído (fascistas, reacionários, pequeno-burgueses, etc)
Ao respondermos as ofensas, o grupo passou a nos provocar fisicamente, empurrando alguns de nossos manifestantes e tentando causar uma briga.
Os grevistas começaram a avançar sobre a gente e parte de nosso grupo sentou-se no chão enquanto outra parte saiu para evitar confrontamento físico.
Após isso, eu e mais um grupo dos manifestantes anti-greve pedimos pra os integrantes de nosso grupo virarem as costas e ir andando pra faculdade de economia para que não ocorresse nenhum confronto.
Ao darmos as costas e andarmos, os grevistas começaram a atirar pedras e outros objetos em nós, e muitos dos manifestantes contra a greve começaram a correr.Eu acalmei os manifestantes anti-greve restantes que continuaram andando rumo a FEA.
No entanto, um dos grevistas, trajando uma camisa do MST e um afro loiro encaracolado (que depois me foi informado que era estudante de História) novamente voltou a provocar fisicamente os anti-grevistas tentando empurra-los.
Me coloquei na frente dele de braços abertos para impedir que ele pudesse empurrar os manifestantes que caminhavam pacificamente para a FEA. Nisso, o individuo em questão abriu os braços também para me satirizar e ao perceber que eu não havia me constrangido, o mesmo me abraçou e cuspiu no meu pescoço.
Minha reação foi a de empurrar o sujeito e afasta-lo. Ao ver isso, 3 grevistas/sindicalistas começaram a agredir outros 3 anti-grevistas, causando o panico entre os manifestantes e fazendo com que quase a totalidade do grupo se dispersasse, sobrando em torno de 40 pessoas
Enquanto a maioria desse grupo correu, eu continuei andando no mesmo ritmo de antes e logo fui perseguido por um grupo de aproximamente 70 grevistas que me agrediram fisicamente com pontapés e socos nas costas.
Logo eu fui cercado por esse grupo, e para não reagir fisicamente, me sentei no chão em silencio.
Juntou uma rodinha em volta de mim. Fiquei sentado calado enquanto era agredido verbalmente e ameaçado fisicamente. Recebi 4 chutes na coluna.
Aí veio um pessoal anti-greve me ajudar e junto de alguns poucos grevistas me permitiram sair antes que começasse um linchamento.
Fomos até a faculdade de economia, no entanto os grevistas continuaram seguindo a gente e nos agredindo verbalmente enquanto ameaçavam de invadir a FEA.
Me dirigi ao 93º Distrito policial junto de um grupo de testemunhas para abrir um BO.
Esta é a minha história e uma demonstração do que ocorre com as pessoas que discordam das posições do movimento estudantil e sindical na USP.
Estão suspensos os direitos de livre associação e de liberdade de expressão, até segunda ordem por parte do movimento grevista.Meu nome é Rodrigo Souza Neves, sou estudante de História do 5º ano. E hoje, presenciei o que é o diálogo que o movimento grevista abre para quem discorda das opinioes nele vigentes.
Agressões verbais e físicas gravadas ontem
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